A notícia do diagnóstico do diabetes é um impacto na vida de qualquer pessoa. Algumas delas tiram proveito da situação, como foi o meu caso. Meu nome é Vanessa Pirolo, tenho 32 anos e sou jornalista. Em setembro de 2000, houve uma campanha gratuita de verificação de glicemia na universidade onde eu estudava. Decidi fazer o exame voluntariamente e, para minha surpresa, o resultado foi 432 mg/dL! Lembro que a estudante de nutrição repetiu o exame e me recomendou ir ao médico urgente.
Após a confirmação do diagnóstico pela endocrinologista e
passados os momentos de não aceitação, pena, raiva e irritabilidade, decidi me
cuidar e driblar esse obstáculo. Por incrível que pareça, a vida me conduziu
por caminhos tão inesperados e felizes que hoje agradeço a Deus por tudo que
conquistei devido ao diabetes.
A primeira delas foi a alimentação mais balanceada e
correta. Hoje, leio muito rótulos de alimentos e evito produtos muito
gordurosos. A segunda foi a atividade física que se tornou obrigatória e
descobri prazer por meio dela, o que contribuiu em muito para minha qualidade
de vida.
Além disso, comecei a frequentar a ADJ Diabetes Brasil e
tornei-me coordenadora voluntária do grupo de jovens maiores de 16 anos. Também
virei conselheira e depois assessora de imprensa nessa mesma instituição e hoje
trabalho muito para inserir a ADJ nos diversos veículos de comunicação do país
inteiro, dependendo do projeto que realiza. Nos dias atuais, tornei-me
consultora de projetos da instituição.
De três anos para cá, também escrevo sobre diabetes para o
portal www.debemcomavida.com.br.
Assim, aprofundei meus conhecimentos sobre a condição de um jeito que nunca
imaginei que um dia fosse acontecer. A cada entrevista, sinto que as pessoas
depositam em mim confiança e desejam que a mensagem chegue ao público de forma
correta, assertiva e didática e, dessa forma, contribua para uma sociedade mais
informada e mais sensibilizada aos riscos que correm quando deixam a saúde de
lado.
Atendo outros clientes da área de saúde, mas a minha paixão
mesmo sempre será diabetes. É algo que não posso retirar do meu corpo, faz
parte da minha vida desde que eu acordo até a hora de dormir. Muitas vezes,
paro, reflito no que está acontecendo e procuro encontrar mais caminhos para
que eu possa auxiliar outras pessoas. Tento achar alternativas junto da ADJ
para que associação descubra formas de sustentabilidade a fim de educar pessoas
a conviverem com a condição de forma mais plena e livre de preconceitos.
Também participei ativamente de uma outra iniciativa. Aos 25
anos, pertenci ao Grupo Youth Panel do laboratório Novo Nordisk. Encontrei
outros jovens com diabetes em várias partes do mundo em Berlim, Washington,
Nova York, Buenos Aires e San Salvador. Recentemente, pela ADJ Diabetes Brasil,
participei dos fóruns de diabetes em Brasília, Melbourne e Foz do Iguaçu.
Não sei se é muita pretensão da minha parte, mas o que mais
quero é fazer diferença para um mundo melhor, com mais informação, justiça e
com a possibilidade de que todos – independentemente da classe, credo e cor –
tenham acesso aos melhores tratamentos do diabetes.