O
Public Health Institute (PHI), uma das
maiores e mais tradicionais organizações sem fins lucrativos na área de saúde
pública, dos EUA,
promoveu o 4º Encontro do Fórum Intersetorial para Combate às doenças crônicas não
transmissíveis DCNTs no Brasil, na Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). O evento, que tem entre seus parceiros a Medtronic Foundation, o CIES Global, a Associação Brasileira de
Hipercolesterolemia Familiar (AHF)
e a ADJ Diabetes Brasil, reuniu mais de 50 instituições da área
de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o Ministério da Saúde e a
Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.
Durante
o evento, foi divulgado o Relatório Sombra sobre o Plano Nacional para o
enfrentamento das DCNTs do Ministério da Saúde. Nele, há dados muito
preocupantes, especialmente os relativos a importantes fatores de risco para
DCNTs, como: aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade (de 48,5% para 54%
e de 15,8% para 18,9%, respectivamente) e no consumo abusivo de álcool (de 17%
para 19,1%). Apesar de as doenças crônicas não transmissíveis serem
responsáveis por mais de 72% das mortes no Brasil, o financiamento para
controle das mesmas é limitado, recebendo menos de 2% de todo o investimento da
saúde global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, para cada US$1
investido na ampliação de ações para prevenir e tratar essas doenças em países
de baixa e média renda, há um retorno para a sociedade de pelo menos US$7,
resultante de aumento da produtividade, redução de custos hospitalares e
longevidade saudável da população.
O
Plano Nacional para redução das DCNTs no Brasil inclui: reduzir a taxa de
mortalidade prematura em 2% ano e a prevalência de obesidade em crianças e
adolescentes; deter o crescimento da obesidade em adultos; aumentar a
prevalência de atividade física no lazer; diminuir o consumo médio de sal e de
álcool; estimular a ingestão de frutas e hortaliças; reduzir a prevalência de
tabagismo para 9% em 2022, aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre
50 e 69 anos e de exame preventivo de câncer de colo uterino em mulheres de 25
a 64 anos; e por último tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões
precursoras de câncer.
Alinhado
com estas metas, a organização do FórumDCNTs dividiu as instituições presentes
em grupos para desenvolver parcerias, mobilizando os setores público, privado e
terceiro setor em iniciativas integradas, com responsabilidades compartilhadas
e baseadas em experiências de sucesso para atingir resultados, que ampliem a
visibilidade das DCNTs e favoreça a prevenção e o controle das mesmas com
engajamento da mídia.
O
primeiro grupo tem como meta a implementação de protocolos de hipercolesterolemia
familiar nas redes municipal e estadual de saúde, além de conscientizar a
população e os parlamentares e capacitar os profissionais de saúde das UBSs. Já
o segundo grupo escolheu escalar eficiência dos cuidados com diabetes e hipertensão,
e discutiu estratégias para avaliação de impacto, advocacy e sustentabilidade
de programas para a população.
A
outra equipe está trabalhando no projeto de Detecção e Tratamento Precoce do
Câncer, com foco na Lei dos 60 dias para acelerar o fluxo de pacientes, por meio
de advocacy e de benchmarking nos estados brasileiros. A penúltima equipe
decidiu trabalhar por uma aliança pela alimentação saudável, com foco na
rotulagem alimentar, mobilizando redes e criando uma aliança de cooperação
sul-americana. Por fim, o último grupo se reuniu para implementar estratégias
multissetoriais para prevenção de DCNTs/Obesidade, com foco em saúde mental;
suas estratégias incluem promoção de campanha de mobilização, oficinas com
adolescentes, quebra de estigmas e sinergia com programas de estímulo à
atividade física.
Por
meio do Fórum, todas as iniciativas têm o objetivo de contribuir com as metas do
Plano Nacional para redução das DCNTs no Brasil e da agenda 2030, especialmente
relacionadas com as metas 3.4 dos objetivos de desenvolvimento sustentável da
ONU.
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