Como vocês sabem, eu, a ADJ Diabetes Brasil
e minhas amigas: Sheila Vasconcelos, Débora Aligieri e Sarah Baptista e muitos
outros militantes já postamos, em todas as comunidades de diabetes do Facebook,
sobre a abertura da Consulta Pública, feita pela Conitec, para que as pessoas
possam dar sugestões e depoimento sobre as insulinas análogas. Mas por que eu e
boa parte das pessoas com diabetes tipo 1 somos favoráveis a mais uma insulina
na lista de remédios do Sistema Público de Saúde?
Por alguns motivos. Primeiro deles, a
eficácia deste tipo de insulina é muito melhor. Vamos explicar. Quando
ingerimos um alimento, ele entra na corrente sanguínea a partir de 5 minutos. Após
a aplicação, insulina análoga de ação rápida começa a fazer efeito junto com o
alimento, evitando os picos de glicemia alta e geralmente, quando o alimento
não é muito gorduroso, após sua quebra, os carboidratos tendem a terminar de
entrar na corrente sanguínea em até 2h, tempo similar ao que a insulina análoga
de ação rápida termina de fazer o efeito no organismo.
Agora vamos explicar a ação da insulina
Regular, que já faz parte do SUS. Ela começa a fazer efeito após 30 minutos da
aplicação. Dificilmente vamos esperar meia hora antes de nos alimentarmos. Resultado,
o alimento entra na corrente sanguínea, sem insulina, os carboidratos se
convertem em açúcar e atingem um pico bem alto antes da ação da insulina. Além
disso, a Regular tem um pico de ação entre 2h e 3h. Então o risco de você ter
uma hipoglicemia, após 2h da alimentação é muito superior.
Este processo de altos e
baixos, ao longo do tempo, traz inúmeras complicações. Quando a variabilidade
da glicemia é muito alta, ou seja, se os valores glicêmicos variarem de 400 a
40 mg/dl no mesmo dia, como exemplo, a pessoa com diabetes estará suscetível a
ter futuras complicações cardiovasculares, independentemente da idade.
Outro motivo é que os estudos, apresentados
no dossiê enviado para a Conitec, mostram diminuição do número de episódio de
hipoglicemias graves nos indivíduos. Lembrando que hipoglicemias graves são
aquelas nas quais o paciente necessita da ajuda de outra pessoa para resolvê-la
e que ainda pode culminar em convulsão, perda de consciência e morte, caso a
hipoglicemia não seja identificada e tratada. Além de reduzir o número de
episódios de hipoglicemia durante o sono.
Imaginem uma mãe que levanta várias vezes
durante a noite para controlar a glicemia do filho para que não tenha uma
hipoglicemia. Que qualidade de vida esta mãe e a criança possuem? Por meio das
insulinas análogas, há redução destes episódios e mais tranquilidade para a
família conviver melhor com a condição!
Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que
convenci você sobre a importância de sua contribuição. Se você tem diabetes,
contribua, escrevendo sua experiência pessoal. Se você não tem diabetes, tenho
a certeza de que conhece alguém que tem! Então coloque com suas palavras a
argumentação acima. Ajude para que as pessoas com diabetes tenham menos
complicações, menos episódios de hipoglicemia e mais controle da glicemia e,
consequentemente, mais qualidade de vida! Como diz o Capitão Planeta, super herói
dos desenhos animados criado nos anos 90: “O
poder é de vocês”! Responda a Consulta Pública por meio do link: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=28118
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