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Blogueiros convidados pela Abbott para evento do lançamento |
No dia a dia, lidar com
a glicemia não é fácil. Para quem tem diabetes tipo 1 principalmente,
dependendo da prescrição médica, realizamos a ponta de dedo seis, sete, oito
vezes ao dia para que possamos ter o controle adequado, a fim de não ter
complicações.
Muitas vezes esta
consciência demora a chegar, após a descoberta do diabetes na vida de uma
pessoa. Dados de um estudo de 2004 (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14999899)
mostram que apenas 1/3 das pessoas com diabetes seguem a recomendação dos
médicos com relação ao monitoramento de glicose. E os participantes do estudo
comentaram que não seguem a recomendação, devido ao estilo de vida, dor da
picada, custo das tiras, entre outros fatores inconvenientes...
O lançamento nesta semana no
Brasil pode ajudar as pessoas a aderirem ao tratamento. Eu testei o Libre e
comprovei os resultados. O sensor é bem pequeno e pode ser colocado facilmente
no braço (a recomendação é que seja neste local, pois foram testados somente
neste lugar). Eu não senti dor, em nenhum momento e me acostumei com ele fácil.
O sistema Flash de monitoramento permite ler a glicemia de 1 em 1 minuto e
ainda oferece a tendência da taxa. O leitor consegue ler os dados em cima da
roupa, o que facilita muito a vida da pessoa com diabetes, pois não precisa
higienizar os dedos, furar e aplicar a gota de sangue na fita.
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O sensor permanece no corpo
durante 14 dias, o leitor armazena os dados e gera relatórios para que a pessoa
saiba o que está acontecendo de errado no tratamento e ter uma conversa com o
médico para alinhar todas as medidas. A leitura se dá por meio de um
microfilamento que, sob a pele, consegue medir a glicose no líquido
intersticial.
Eu tomei banho, realizei meu
treino da academia, corri meus 30 km na esteira durante a semana, dormi em cima
do braço e o sensor ficou bonitinho no meu braço. Mas de qualquer forma, a
equipe da Abbott durante o encontro fez algumas recomendações. A pessoa não
pode deixar de fazer o exame da ponta de dedos nas primeiras horas de inserção
do sensor. Percebi que o valor da glicemia demorou seis horas para ficar
equiparado aos testes de ponta de dedo. Outro caso recomendado para realização
do dextro é quando você tem uma hipoglicemia. Como ele tem um delay de leitura de 4,5 minutos, é
importante fazer o exame para saber a taxa certinha da hipoglicemia. Outra
situação recomendada é quando a pessoa sente sintomas de hipo e o leitor não
fornece os dados como tal. Durante o evento, a equipe também orientou as
pessoas a realizarem o teste de ponta de dedo caso a seta de tendência de
glicemia estiver totalmente para cima ou totalmente para baixo.
De qualquer forma, nestes 14
dias eu dei um descanso para meus dedos e gostei muito da experiência.
Infelizmente hoje acabou meu período de teste e vou voltar a fazer os oito
dextros novamente por dia. Se houver uma pessoa interessada nesta tecnologia,
precisa esperar mais alguns dias. O primeiro passo é necessário fazer o
cadastro no site (https://www.freestylelibre.com.br/)
e esperar ser chamado. A venda estará disponível somente no site, neste
primeiro momento. A primeira compra contém o leitor e o sensor. A partir da
segunda compra será necessário só adquirir o sensor. Este tem o custo de
R$239,90 e duração de 14 dias, acrescido do valor do frete de entrega de
R$15,00.
Projeto
de Lei 106
Há dois anos estou com
a ideia fixa que preciso fazer algo para que as compras públicas dos
glicosímetros não sejam feitas preocupadas somente com o preço, mas também com
a acurácia, ou seja, que os resultados das glicemias informadas por eles sejam
reais. A marca Injex, fornecida pelo Estado de São Paulo, oferece um valor
muito acima do valor real da glicemia, principalmente em episódios de
hiperglicemia. O valor fornecido é muito maior do que é permitido pela Anvisa.
Assim se preciso injetar insulina para corrigir uma glicemia alta, como vou
confiar em um glicosímetro destes?
Com base nisso, desde o
ano passado tenho conversado com um assessor parlamentar, que conseguiu
escrever um projeto de lei, que já foi submetido para votação da Assembleia Legislativa.
A PL 106/2016 determina que os aparelhos de medição de glicemia, chamados de
glicosímetros, tenham o selo do INMETRO ou do IPEM (Instituto de Pesos e
Medidas do Estado de São Paulo). Este projeto é de extrema importância, pois
com avaliação de uma das instituições, será possível atestar a segurança dos
glicosímetros das pessoas com diabetes.
A Comissão de
Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa de São Paulo, aprovou
a PL 106, depois de a rede de 30 associações de diabetes terem entrado em
contato com todos os deputados da Comissão. Este projeto será o primeiro passo para que o governo, na hora da licitação, não
aprove somente os glicosímetros, que tenham o menor preço, mas sim aqueles que tenham
aprovação de um órgão competente e que apresente o valor da glicemia condizente
com o resultado de referência.
Por lei, os resultados
exibidos nos monitores de glicemia capilar – ou seja, dos testes de ponta de
dedo – não podem variar mais do que 15% em
relação aos valores de glicose plasmática. Ou seja, a diferença entre o
resultado do monitor de glicemia e o exame do laboratório pode ser de 15% para
mais ou para menos. Este valor inclusive é utilizado pela American Diabetes Association (ADA).
Em duas semanas
haverá outra votação, da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da
Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, dentro da Assembleia. Se os
deputados aprovarem este projeto, o mesmo será levado para a Ordem do Dia
dentro da Instituição e submetido à votação dos 94 deputados, para depois ser
submetida ao governador.
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