Estive em Goiânia, para visitar o Ambulatório de Acompanhamento
Educacional de Pacientes usuários de SICI da Secretaria Municipal de
Saúde (SMS), na semana passada. Na verdade, este município
é o único no Brasil que oferece bombas de insulina pelo SUS,
através de rede municipal de saúde a pessoas com diabetes.
Desde 2004, a Secretaria recebia ações
judiciais para que pessoas com diabetes pudessem utilizar a
terapêutica de bomba de insulina e o governo a disponibilizava sem
ter conhecimento se o tratamento estava sendo feito corretamente. Em
2010, o governo disponibilizava esta terapêutica para 60 pessoas na
cidade de Goiânia. Os usuários ficavam alguns períodos durante o
ano sem receber as insulinas e os insumos, o que prejudicava o
tratamento, criando uma insatisfação. A Secretaria comprava os insumos e a bomba
para atender a ordem judicial com valores muito altos.
Além disso, não havia profissionais treinados para instalar
corretamente a bomba, como também dar apoio educacional para garantir
a boa adequação à terapêutica, no atingir os controles adequados, prevenindo as
complicações, além de reconhecer problemas com o equipamento e oferecer o
devido suporte.
Com base nisso, a Secretaria realizou um processo de licitação para
que possíveis fornecedores pudessem preencher estas lacunas e oferecer o
serviço de atendimento ao usuário de bomba. Assim, foi criado um
projeto piloto que envolvesse 200 pacientes com diabetes tipo 1 e
que estes tivessem a prescrição de bomba de insulina.
A FBM Farma, distribuidora de medicamentos
ganhou o processo de licitação sendo a Bomba
da Roche o sistema utilizado pela empresa. Em 2011, iniciou o
serviço do Centro de Atendimento ao Usuário de Bomba de Insulina. Hoje a
Dra. Adriane Codivila é a médica responsável. Faz parte da equipe uma
nutricionista, uma enfermeira e uma psicóloga, para dar todo o suporte ao
paciente.
O projeto hoje atende 186 pacientes com diabetes, que
precisam ir ao Centro todo mês para receber insumos e a
cada três meses, além dos insumos, eles têm a orientação com relação
ao tratamento. Eles precisam trazer os monitores de glicemia e
mostrar para os profissionais como está seu controle da glicemia. Dessa
forma, as colaboradoras do Centro intervêm no tratamento e sugerem
mudanças, trabalhando em conjunto com os médicos responsáveis pelos pacientes.
A iniciativa tem o objetivo de disponibilizar um tratamento de ponta
ao paciente de forma que possa utilizá-lo da melhor forma possível que
justifique o investimento público e, ao mesmo tempo, reverta em menos
complicação e internação deste público. Além de assistência ao
paciente, o projeto realiza emissão de relatórios para que o médico de cada
paciente tenha acesso aos dados e possa orientar melhor a
terapêutica.
Hoje, por meio deste projeto, o Centro atende o triplo de pacientes,
com um investimento 75% menor, comparado ao valor
investido anteriormente à criação do projeto. A média de
controle da hemoglobina glicada dos pacientes é de 7,2%. Antes da
inserção desta terapêutica, em média, a hemoglobina glicada
registrada era de 8,11%. Este público é composto por 39% de homens
e por 61% de mulheres, sendo que 77% são formados por
pessoas entre 18 e 44 anos. Com os 186 pacientes atendidos,
somente 30 deles têm maior dificuldade
de aderir totalmente às diretrizes para ter o controle da
glicemia adequado. Para reverter esta situação, Dra. Adriane com sua
equipe realizam uma vez ao mês uma palestra educativa e motivacional
para que estas pessoas consigam seguir as diretrizes estabelecidas e
assim usufruir o tratamento de forma plena.
É muito bom conhecer projetos, que dão o suporte ao paciente a cada
três meses, para alinhamento e adesão à terapêutica! Gostaria que todas as
pessoas com diabetes tivessem direito a esta intervenção, independentemente do
tratamento prescrito!

1 comentários :
Clique aqui para comentáriosParabéns pela matéria. Gostaria de outras informações a respeito deste ambulatório. Obrigada
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